O homem e a pedra: O mito de Sísifo
- Lorena Eloy Gomes
- 8 de ago.
- 2 min de leitura
A primeira vez que ouvi essa história foi em um evento, cercada de pessoas inquietas, daquelas que sonham alto, que não aceitam viver um amanhã igual ao hoje e que fazem acontecer. Durante uma das palestras, o neurocientista contou sobre um livro que trazia um mito da Grécia Antiga.
Era a história de Sísifo: Um rei inteligente, persuasivo, com uma lábia tão afiada que conseguia enganar até os deuses. Ele usava as palavras como quem molda o vento… mas sempre para trapacear. Mentia, prometia, enganava e não cumpria.
Até que um dia foi longe demais, enganou até a própria morte. Literalmente. Os deuses ficaram furiosos e decidiram que ele merecia um castigo… eterno.
E assim, Sísifo foi condenado a empurrar uma pedra imensa até o topo de uma montanha. Sempre que estavivera prestes a alcançar o cume, a pedra escorregaria e cairia de volta. Ele deveria descer, recolher a pedra… e começar tudo de novo e de novo... para sempre!
Quando ouvi aquilo, me deu uma epifania. Naquele momento, percebi que eu estava vivendo exatamente como Sísifo, sem ter sido castigada por ninguém. Meu dia era um looping: acorda > trabalha > come > estuda > dorme > repete. E eu me perguntava: Por quê? Em troca de que? Em troca de míseros trocados no fim do mês? O que de verdade me motivava?
Foi aí que entendi: a vida não precisa ser empurrar a mesma pedra todo dia. Eu poderia escolher pedras diferentes, caminhos diferentes, ritmos diferentes. E, quando chegasse ao cume… eu poderia parar, respirar e ficar lá um pouco e apreciar a vista antes que a pedra caísse de novo.
O filósofo Albert Camus dizia: “É preciso imaginar Sísifo feliz.” Não porque a pedra ficou mais leve, mas porque ele aprendeu a encontrar sentido na própria subida.
E desde então, eu escolhi dar mais sentido à minha.
Nota para o livro: 10/10




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