Como transformar comparação em autocompaixão
- Lorena Eloy Gomes
- 20 de ago.
- 2 min de leitura
Vivemos em uma época em que a comparação parece inevitável. Rolamos o feed das redes sociais e em segundos, temos acesso a vidas aparentemente perfeitas: corpos fitness, viagens, conquistas, relacionamentos, carreiras e etc... Tudo ao alcance de um toque. É nesse terreno que nasce a ideia de que “a grama do vizinho é mais verde”.
A comparação é um mecanismo antigo de sobrevivência: olhar para o outro sempre foi uma forma de medir nosso lugar no grupo e de garantir pertencimento. O problema é que em uma sociedade hiperexposta, esse mecanismo se transforma em prisão. O que era estratégia de adaptação vira armadilha de insuficiência.
A ferida invisível da comparação
Quando nos comparamos, quase nunca estamos avaliando o outro de forma justa. Olhamos para o palco iluminado da vida alheia enquanto permanecemos nos bastidores da nossa. Vemos o resultado, mas não as falhas e recomeços. Esse olhar distorcido reforça a ideia de que “não somos o bastante”, alimentando críticas internas que corroem a autoestima.
Existe aí uma voz interna rígida, que insiste em nos lembrar do que falta e raramente reconhece o que já floresceu.
O movimento da autocompaixão
É aqui que entra a autocompaixão. Ela é a coragem de olhar para si com a mesma bondade que oferecemos a quem amamos. É lembrar que dor, falhas e imperfeições não são sinais de fraqueza, mas parte da condição humana, é preciso passar por elas para lembrar que somos humanos.
Transformar comparação em autocompaixão significa trocar o olhar rígido pelo olhar cuidadoso. É se perguntar: “Se fosse minha melhor amiga passando por isso, o que eu diria?”
Essa prática não elimina a comparação, mas muda sua direção: em vez de ser uma régua para medir carências, passa a ser um lembrete de que todos estamos no mesmo terreno humano, tentando florescer com as condições que temos.
Autocompaixão é isso: voltar a atenção para o próprio terreno, regar aos poucos, com paciência, e confiar que a vida floresce em seu próprio ritmo. Não se trata de negar o outro, mas de fazer e aproveitar o processo.
Estabeleça metas e curta o momento, não siga a manada!
Um gesto de pausa
Talvez a próxima vez que a comparação bater, você possa fazer um gesto simples: pausar, respirar e se lembrar de que o seu valor não está em vencer uma corrida invisível, mas em sustentar o processo das suas metas.
No fim, não existe grama mais verde. Existe apenas o lugar onde você decide colocar presença e intenção. É ai o terreno que floresce.




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